Na hora de montar um roteiro em Santiago do Chile, surgem diversas opções de lugares e trajetos para conhecer a cidade. Para facilitar a nossa vida, a gente costuma separar a cidade em regiões, o que facilita nosso planejamento. E nesse post, vamos fazer o que fazer no bairro Bellavista, um dos mais famosos e movimentados da capital do Chile.
Boa parte dos principais pontos turísticos de Santiago estão no bairro Bellavista. Então é provavelmente um bairro em que apenas 1 dia de viagem não será bastante.
Mas como a vida de todo viajante brasileiro no Chile é apertada, nós vamos tentar montar aqui um roteiro em Santiago bem enxuto. A ideia é procurar o essencial de Bellavista, sem muita correria. Afinal, estamos em um dos bairros mais gostosos de percorrer na cidade.
Vamos mostrar a seguir os principais pontos de interesse, os itinerários e os lugares que merecem mais tempo de parada. E lógico, aquelas paradas importantes para comer bem na região.
Roteiro Santiago do Chile: O que fazer no bairro Bellavista
Confira os principais pontos turísticos do bairro Bellavista, um dos mais famosos de Santiago do Chile
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O bairro Bellavista é como se fosse um equivalente da Vila Madalena de São Paulo ou do bairro Palermo Soho em Buenos Aires.
Em Bellavista é possível encontrar galerias de arte, mais de 250 restaurantes, 20 salas de teatro, entre outros espaços culturais e agitada vida noturna. Não foi à toa que o poeta Pablo Neruda fixou residência por ali e acabou despertando umas das regiões mais culturais de Santiago.
Nosso roteiro começa na estação de metrô Baquedano. Uma dica legal é ficar hospedado no bairro Bellavista, um dos mais centrais da cidade.
No nosso caso, ficamos hospedados no centro, então foi preciso pegar o metrô para começar nosso roteiro em Bellavista.
A seguir segue uma sugestão de roteiro mas a dica é seguir explorando as ruas por conta própria. O bairro é muito agradável para caminhar e ficar de olho não somente nas lojas e restaurantes, mas também em alguns murais distribuídos por suas ruas.
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Manhã – 9h
1 – Parque Florestal e Cicloparque Mapocho
Ao desembarcar da estação de metrô Baquedano, já é possível visualizar a bela área verde do Parque Forestal. A saída da estação de metrô é a Plaza Baquedano (também conhecida como Plaza Italia).
O parque está no meio da cidade e, por conta disso, é bastante frequentado pelos próprios habitantes de Santiago. Ele vai acompanhando o leito do rio Mapocho (que não é muito bonito, com coloração meio barrenta).
Com belos jardins e áreas amplas para caminhar ou pedalar, acaba sendo um espaço interessante também para belas fotos. O corredor central, com uma série de postes de luz enfileirados, lembra muito um cenário parisiense.
Fique de olho também nos jardins floridos e nos monumentos como a Fonte Alemanha. Para quem quiser caminhar, na sequência do parque está o Museu Nacional de Bellas Artes, mas nosso objetivo não é esse, e seguimos para dentro do bairro de Bellavista.
Para continuar nosso trajeto, seguimos pela Calle Pio Nono, onde passaremos por diversos bares e restaurantes. Mas como ainda é cedo, vamos direto para a La Chascona.
2 – Casa Museu La Chascona
A Casa Museu La Chascona é um dos lugares imperdíveis desse roteiro. O museu é a antiga residência do poeta chileno Pablo Neruda e foi transformada em um museu.
Para entender a importância do lugar, é importante entender a importância de Pablo Neruda para a história do Chile. O poeta tem mais de 45 obras publicadas, traduzido em 35 idiomas e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura.
A importância de Pablo Neruda
Além das importância literária, foi um dos grandes defensores da causa antifascista. Eleito senador do Chile em 1945, filiou-se ao Partido Comunista do Chile. Quase candidato a Presidência do Chile pelo Partido Comunista em 1969, cedeu espaço para a candidatura de Salvador Allende, que foi eleito presidente em 1970.
Visitar a casa é também conhecer uma parte importante da história do país. A casa foi vítima de vandalismo após o golpe militar de 1973 e mesmo com os vidros quebrados, sua terceira mulher Matilde passou a noite na casa velando o corpo de seu amor (Neruda faleceu alguns dias após o golpe militar).
A visita acaba sendo maior do que conhecer o modo como vivia a poeta e a arquitetura singular da casa.
Mas além da relevância história, a casa é realmente um lugar muito bonito e especial. Durante a reforma da casa, Neruda interferiu bastante no projeto arquitetônico de Germán Rodriguez Arias, tanto que o arquiteto declarou que a casa seria mais um resultado da concepção de Neruda do que do próprio arquiteto. Uma de suas exigências é a que a casa tivesse pontos de vista para a Cordilheira dos Andes.
A visita não precisa ser agendada e no valor da entrada está incluso o audioguia, essencial para comprender a importância do lugar e também ficar atento a todos os detalhes culturais da residência.
Ficha Técnica
Horário: Terça à domingo das 10h às 18h (em janeiro e fevereiro fecha às 19h).
Preço: CLP 7.000,00 por pessoa (inclui audioguia)
Almoço – 12h
3 – Patio Bellavista
Depois da visita a La Chascona, é hora de procurar um lugar para almoçar e tomar um café.
Não se preocupe, você está no lugar certo e a oferta de bons lugares para comer no bairro Bellavista é ampla. Aliás, a oferta de lugares é tão ampla que pode ser realmente difícil escolher qual restaurante escolher.
Na dúvida, siga até o próprio shopping a céu aberto Patio Bellavista, que é super gostoso de percorrer. O complexo foi inaugurado em 2006 e revitalizou uma estrutura de antigos galpões de 1900 localizados no bairro. São mais de 8 milhões de visitantes anuais, dos quais 80% são de visitantes locais.
Gastronomia, cultura e entretenimento em um só lugar
Por lá existem alguns restaurantes, lanchonetes (inclusive redes de fast foods) e sorveterias.
Aliás, o passeio no Pátio Bellavista é muito mais do que um roteiro gastrônomico.
O espaço é super charmoso e também funciona como um ambiente cultural para concertos, exposições de fotografia, pintura, escultura, feiras de venda de livros, entre outros. Vale muito a pena circular pelo shopping de olho em tudo.
Fique ligado
Hoje em dia, muitos artigos na internet são impessoais. Os autores não fizeram efetivamente a viagem e trabalham com conteúdo inspirado em outros sites e não em suas próprias experiências.
Você pegaria dicas de viagem com alguém que não fez essa viagem?
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4 – Onde Comer em Bellavista
Um dos restaurantes mais famosos (e concorridos) do bairro Bellavista é o Como Água para Chocolate (inspirado no filme homônimo de 1992).
Infelizmente, chegamos tarde e o restaurante estava lotado (faça reserva). O restaurante é o mais procurado por turistas brasileiros. Planeje-se direitinho caso queira conhecê-lo.
O restaurante está localizado na Rua Constitutión, conhecida pelos restaurantes mais caros e sofisticados da região.
Justamente pela grande procura de turistas, pode não ser uma indicação para quem busca um restaurante mais autêntico e tradicional chileno.
Para você que não é muito entendedor de gastronomia assim como a gente, vale escolher o lugar pela aparência e pelos preços.
Nós escolhemos o restaurante Puerto Bellavista que tinha um ambiente bem gostoso e com preços razoáveis. O Congro “a lo pobre” (prato típico chileno) custa CLP 10.900,00 e a Lula e Camarão com Massa Artesanal com Linguiça Defumada sai por CLP 9.900,00.
Nós adoramos o grafite do restaurante no andar térreo, com várias referências a Santiago.
No final desse post, você encontra um link para o blog Nós no Chile com outras boas dicas de restaurantes no bairro.
Tarde – 14h
5 – Cerro San Cristobal e Zoológico
Antes de começar, é preciso dizer que o Parque Metropolitano de Santiago, localizado no Cerro San Cristobal, é enorme. Portanto escolher o que visitar vai depender de quanto tempo você tem para a visita.
A Zoológico, a meu ver, é uma atração dispensável. O grande diferencial é que em várias áreas do Zoológico, o cenário tem toda a cidade de Santiago ao fundo.
Mas todo o restante do Parque Metropolitano é muito bonito e garante vistas espetaculares para toda a cidade de Santiago. Portanto, reserve pelo menos meio dia para explorar o parque.
Como subir o Cerro San Cristobal
- O funicular é uma espécie de bondinho que comporta várias pessoas é a forma mais tradicional de subir o Cerro San Cristobal.
- A primeira dica no parque é evitar os finais de semana. A fila é gigantesca para pegar o funicular e você pode perder pelo menos 1 hora para conseguir subir.
- Para ir até o Zoológico, não é preciso pegar o funicular, e com uma subida de cerca de 10 minutos por uma escadaria lateral, é possível encontrar a entrada do zoo.
- Já para o topo do Cerro San Cristobal, a subida a pé é um pouco mais distante e por outro caminho. Na lateral esquerda do funicular existe uma estrada por onde sobem os carros. É por lá que começa uma trilha bem estruturada chamada de Zendero Zorro Vidal (1.500 metros de subida). Leia mais sobre a subida a pé no Like Chile.
- É possível encontrar alguns carros e táxis oferecendo a subida por esse caminho lateral, que pode ser uma opção mais rápida, caso você não tenha conseguido fugir do fim de semana e não esteja disposto a subir a pé.
O que fazer no Cerro San Cristobal
O ponto turístico mais famoso do Cerro San Cristobal é a estátua da Virgem (El Santuario de la Inmaculada Concepción), que fica no alto do morro e possui vista espetacular para a cidade.
O Santuário é um dos principais monumentos religiosos de Santiago. Foi inaugurado em 1908 e a estátua é uma réplica da Virgem de Roma do escultor italiano Giuseppe Obici (existe um diferença entre o original e a réplica, que é a base em forma de lua cheia ao invés de meia lua).
Mas vale a pena explorar mais o parque caminhando. O parque tem até duas piscinas públicas, Tupahue e Antilén, mas para nós brasileiros pode parecer um programa um pouco estranho, especialmente se for fora do verão. As piscinas são pagas e custam CLP 6.000,00 e CLP 7.500,00.
A Praça Gabriela Mistral possui uma das mais belas vistas da cidade e também vale a pena uma parada. Nós acabamos fazendo tudo caminhando, mas para quem não curte caminhar, é possível fazer de teleférico. Só que fazendo os trajetos de teleférico, você acaba perdendo alguns pontos interessantes no caminho.
O Jardim Mapulemu (ou Jardim Botânico) e o Jardim Japonês são lugares belíssimos dentro do parque.
Jardim Mapulemu
O Jardim Mapulemu (que significa Bosque da Terra) tem 4,5 hectares de extensão e permite conhecer a flora chilena em diversos tipos de vegetação. O lugar também possui um jardim de plantas medicinais e uma cascata natural.
Jardim Japonês
O Jardim Japonês fica já em outra saída do Cerro San Cristobal, já próximo da Avenida Pedro de Valdivia. Se você não quiser voltar todo o caminho até o Funicular, pode optar por deixar o parque por essa saída.
Ali pertinho, se ainda sobrar tempo e disposição, seu dia pode terminar no Parque das Esculturas ou no Sky Costanera, que são ótimos lugares para conferir o pôr do sol.
Dica: Se puder, reserve os passeios bate-volta a partir de Santiago com antecedência. A agência TourGo possui atendimento em português e trabalha com clientes brasileiros. Os leitores do Viagens Cine recebem um desconto especial.
Ficha Técnica
Zoológico
Horário: De terça a domingo das 10h às 18h
Preço: CLP 4.000,00 (não aceita cartão de crédito)
Bosque Santiago
Horário: Sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h
Grátis
Funicular
Horário: 10h às 18h45 (às segundas-feiras a partir das 13h)
Atenção: fecha na primeira segunda-feira de cada mês
Preço: De CLP 800,00 a CLP 2.600,00 (ida e volta nos fins de semana)
Teleférico
Horário: De terça a domingo, das 10h às 19h
Preço: CLP 1.310,00 (somente ida, dias de semana) a CLP 3.010,00 (ida e volta nos finais de semana)
Leia mais:
O que fazer no Chile: Principais Pontos Turísticos
Fontes:
- Bairro Bellavista no Chile Travel
- O que fazer em Santiago no Coisos on the Go
- 10 Restaurantes no Bairro Bellavista no Like Chile
- 5 restaurantes para experimentar comida chilena no Nós no Chile
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- Cajón del Maipo e Embalse el Yeso: Passeio Imperdível em Santiago